Você sabe o que realmente aconteceu no dia 7 de setembro?
O ano era 1822. O Brasil ainda era oficialmente uma colônia portuguesa, embora já funcionasse como um reino unido com Portugal desde 1815. Dom Pedro, filho do rei Dom João VI, estava no Brasil desde que seu pai voltou para Portugal, em 1821.
Mas a tensão entre brasileiros e portugueses aumentava a cada dia.
A elite brasileira queria mais autonomia. Já as Cortes Portuguesas (espécie de parlamento) queriam recolonizar o Brasil, tirando o poder de Dom Pedro e enfraquecendo a administração local.
A crise antes do grito
No início de 1822, Dom Pedro tomou uma atitude corajosa: decidiu ficar no Brasil, mesmo sendo pressionado a voltar para Lisboa e o episódio ficou conhecido como o “Dia do Fico”, em 9 de janeiro de 1822.
A partir daí, começou uma série de decisões políticas para separar o Brasil de Portugal. Foram criados ministérios, exército próprio e uma nova organização administrativa. Mas ainda não havia declarado a independência formalmente.
A carta que mudou tudo
No dia 7 de setembro, Dom Pedro estava a caminho de São Paulo, vindo de Santos, quando recebeu um pacote de cartas. Entre elas, uma escrita por sua esposa, Maria Leopoldina, que era regente na sua ausência.
Na carta, ela relatava que Portugal havia anulado todas as decisões do governo brasileiro e exigia que Dom Pedro retornasse a Lisboa imediatamente.
A resposta de Dom Pedro foi rápida. Ao lado de seus aliados, às margens do riacho Ipiranga, ele proclamou: “É tempo! Independência ou morte!”
Mas a cena não foi tão glamourosa quanto a pintura de Pedro Américo sugere. Testemunhos históricos indicam que:
- Dom Pedro estava montado num burro ou mula, não em um cavalo branco
- Ele estava com dor de barriga após a viagem de Santos (algo documentado!)
- Poucas pessoas presenciaram o momento
O grito de independência foi mais uma decisão política do que um ato heróico e espontâneo.
Ou seja, foi um momento simbólico, mas construído com base em muito mais estratégia e pressão do que em épicos cavalheirescos.
Brasil livre
A independência não foi aceita por Portugal de imediato. Houve lutas armadas em várias províncias, como na Bahia e no Pará. Só em 1825, Portugal reconheceu oficialmente a independência do Brasil, mediante pagamento de uma indenização.
Além disso, o novo país continuou como uma monarquia, com Dom Pedro I como imperador.
