Encerrada no último domingo, 22 de junho, a NBA House de 2025 provou que o Brasil tem sim uma base apaixonada pelo basquete, e que eventos esportivos podem (e devem) ser experiências culturais completas.
Durante três semanas, o Parque Villa-Lobos, em São Paulo, recebeu mais de 40 mil pessoas com um objetivo em comum: sentir a energia das finais da NBA do jeito brasileiro, com música, comida, encontros e, claro, muita torcida.
A estrutura do evento impressionou. A organização foi eficiente, o ambiente era convidativo e bem distribuído entre quadras, telão, ativações de marca e áreas de convivência. A loja oficial da NBA era um espetáculo à parte, com produtos de encher os olhos e esvaziar a carteira (pensa num preço salgado?).
Para quem conseguiu visitar nos dias de jogos das finais, a experiência foi quase mágica. Ver uma partida decisiva cercado por centenas de outros apaixonados por basquete, torcendo e vibrando é algo que anima qualquer um.
O problema é que, nos dias em que não havia jogos, o brilho do evento diminuía um pouco.
As ativações de marca eram, em sua maioria, variações do mesmo tema: acerte a bola na cesta e ganhe um brinde. Isso cansa.
As filas, especialmente nos dias mais cheios, pareciam não ter fim. E se a recompensa for um copo ou um produto Sadia, pode não justificar a espera (ao menos para quem não está ali só pelos brindes).
A presença de estrelas como Joakim Noah e Nick Anderson, o mascote Rocky dos Nuggets e grupos de apresentação, trouxe charme e emoção ao evento. Esses encontros, aliás, foram momentos que realmente marcaram os fãs e deram aquele toque inesquecível que justifica a ida.
Ainda assim, faltou ousadia. A NBA House tem o potencial de ser mais do que um grande “parquinho do basquete”.
Poderia oferecer oficinas, rodas de conversa, experiências imersivas sobre a história do esporte, como uma área interativa ou uma exposição onde os visitantes pudessem aprender mais sobre a história do basquete, dos times, seus maiores ídolos e até curiosidades sobre a evolução do esporte e claro, trazer pra realidade do Brasil, mostrando jogadores como Rolando Ferreira, o primeiro brasileiro a jogar na NBA.
O lançamento do aplicativo oficial é um passo interessante nesse sentido, mas precisa vir acompanhado de conteúdo que vá além das ativações já conhecidas.
O espaço também poderia ser melhor aproveitado. O Parque Villa-Lobos tem mais a oferecer, e com uma área maior, as filas poderiam ser melhor distribuídas e haveria espaço para mais tipos de atividades que fugissem da repetição e trouxessem diversidade de experiências.
No fim das contas, a NBA House 2025 cumpriu seu papel como um ponto de encontro para a comunidade do basquete, e isso não é pouco. Mas se quiser crescer como uma experiência cultural de fato, precisa arriscar mais, sair da zona de conforto das cestas e brindes e explorar novas formas de encantar o público.