Se Luís XIV tivesse uma conta no Instagram, quantos seguidores ele teria? Com certeza, milhões. Afinal, o Rei Sol não apenas reinava sobre a França, mas também sobre a estética do poder. Sua corte em Versalhes era o equivalente a um feed perfeitamente curado, com jardins simetricamente podados, bailes luxuosos e um dress code rigoroso. Quem não seguisse as tendências ditadas pelo monarca simplesmente não fazia parte da alta sociedade.
Séculos depois, o jogo continua o mesmo, só mudaram as plataformas. Se antes a influência era medida pelo tamanho do castelo, hoje, ela se mede em engajamento, curtidas e seguidores (ou outra coisa).
A obsessão por criar uma imagem impecável permanece, mas agora ao invés de espelhos dourados, temos filtros e edições.
Vamos pegar as Kardashians como exemplo. Se Luís XIV mandava construir fontes e salões espelhados para impressionar visitantes, Kim Kardashian e sua família fazem isso através de stories e campanhas milionárias. Suas casas são palácios modernos, e suas aparições públicas, cuidadosamente planejadas para maximizar impacto.
A lógica é a mesma: mostrar opulência, lançar tendências e ditar comportamentos.
Mas a influência não se limita à ostentação. Assim como monarcas do passado usavam sua imagem para reforçar narrativas políticas, influencers de hoje fazem o mesmo, construindo impérios pessoais que movem bilhões de dólares.
Marcas brigam para serem associadas a nomes populares, assim como artistas e nobres se esforçavam para cair nas graças do rei.
Seja com uma coroa na cabeça ou um celular na mão, o poder sempre esteve na imagem. A diferença é que, enquanto antes a monarquia era um privilégio de poucos, hoje qualquer um pode tentar a sorte como rei ou rainha da internet.
Mas como a história já mostrou, conseguir se manter no trono é outra história.