Saga

Chernobyl: a catástrofe

Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética (atual Rússia) começou a investir em energia nuclear e em 1977 começaram a colocar reatores nucleares (RBMK) no país, mas este projeto tinha um grande erro e isso facilitou que em 1986 acontecesse o maior acidente nuclear do mundo.

Quando começou o acidente em Chernobyl?

Em uma cidade da União Soviética, onde hoje faz parte da Ucrânia, o reator de uma usina nuclear começou a pegar fogo, o que logo causou uma explosão. A partir de então, tudo foi uma sequência rápida de desastres.

Apenas o incêndio já seria perigoso, já que ele joga todo o material radioativo na atmosfera, e dessa forma o vento pode levar para todas as direções.

E foi exatamente o que aconteceu, locais como Polônia, Bielorrússia, Áustria, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá também foram atingidos pela radiação, embora tenha sido menos elevado.

O governo local pensou que aquele acidente poderia ser escondido, e chegou a negar as acusações de que havia acontecido alguma coisa, mas quando a radiação atingiu o primeiro país, todos perceberam o que realmente estava acontecendo. A União Soviética temia que contar a verdade causasse impactos negativos para a reputação do país, mas esconder um fato tão importante do mundo poderia ter causado ainda mais estragos.

No dia do acidente, uma manutenção de rotina havia sido agendada e aproveitando  a ocasião, alguns engenheiros iriam fazer um teste para ver se era possível fazer o resfriamento do local se a usina ficasse sem energia mas na hora eles acabaram infringindo protocolos de segurança, sobrecarregando o reator e como resultado do erro humano, imediatamente aconteceu uma reação em cadeia de explosões.

Como se já não bastasse o incêndio, agora o reator havia explodido e lançado material radiativo (como iodo-131, césio-137, xenônio-133, telúrio-132, estrôncio-90 e grafite aquecido) para todos os lados.

Como impediram a radiação de Chernobyl?

Mesmo com toda essa radiação no ar, só depois de 36 horas que o governo permitiu que a população da cidade de Pripyat, onde fica localizada a usina, fosse evacuada, sendo proibido levar objetos, alimentos e animais domésticos.

Ninguém poderia se aproximar da cidade, a distância mínima era de 30km.

Para conter o fogo e a radiação, foram enviados cerca de 800 mil pessoas (como soldados, cientistas, bombeiros, mineiros e operários) para a cidade.

Esses trabalhadores foram enviados para um local de alta radiação sem saber de todos os perigos que enfrentavam, o governo incentivava seus cidadãos a irem para o local com um bom salário e discursos patriotas para encobrir a verdade.

Muitas pessoas só descobriam que corriam risco de vida quando chegavam na cidade.

As mortes totais desse acidente é incerta até hoje, já que a Rússia afirma que apenas 31 pessoas morreram por conta da radiação, mas alguns pesquisadores e especialistas estimam que o saldo total de mortes fica entre 16 e 90 mil mortes, além dos casos de pessoas que ficaram com câncer.

Depois que o pior já havia sido contido, foi necessário criar uma contenção para que a radiação diminuísse ao longo dos anos.

Conhecido como Sarcófago de Chernobyl, uma estrutura metálica foi levantada e a sua projeção é que funcione até o final do século XXI, onde terá de ser feita uma nova proteção, já que a radiação continuará por pelo menos mais 24 mil anos.

O desastre ambiental foi muito grande, atualmente a população de animais cresceu mas ainda não é possível dizer se eles são realmente saudáveis e se houve de fato alguma mudança genética, mas o número de animais com catarata e albinismo é muito maior que no resto do mundo.

A vegetação, que também sofreu grandes impactos, aumentou significativamente nessa área.

Os responsáveis por Chernobyl

No mesmo ano do acidente, o país organizou uma comissão para descobrir as causas e os responsáveis pelo acidente, onde três pessoas foram condenadas a dez anos de prisão: Viktor Bryukhanov (diretor da fábrica), Nikolai Fomin (engenheiro-chefe) e Anatoly Dyatlov (número dois do engenheiro-chefe).

Além do erro humano, é importante ressaltar que o projeto do reator RBMK possuí erros em seu design, o que torna o reator mais propenso a acidentes.

No setor econômico e político, o acidente acabou apressando o fim da União Soviética. Porém, mesmo com todo o resultado dessa catástrofe, o mundo ainda não percebeu realmente o perigo que a energia nuclear é, já que ainda existem 10 reatores como o de Chernobyl (RBMK) em operação na Rússia e outros ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

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