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O voto das mulheres durante a proclamação da República

Em 1889, durante a proclamação da República, a escolha do primeiro presidente do Brasil nunca esteve tão perto.

O país deixava de ter um imperador, Dom Pedro II e passaria a ter um governo provisório sob comando do marechal Deodoro da Fonseca. O objetivo era preparar as eleições de 1894.

O contexto da exclusão

O Brasil do final do século XIX ainda era marcado por uma sociedade patriarcal e elitista. A ideia de que as mulheres deveriam se restringir ao lar e à família era predominante, e muitos acreditavam que elas não tinham “capacidade racional” para decidir questões políticas.

Assim, o voto feminino nem sequer foi cogitado na Constituição Republicana de 1891.

Mas as mulheres começaram a se empolgar com a ideia de que com um novo regime.

Já que apenas os homens podiam votar naquela época, eles pensaram que o pedido pelo voto feminino era apenas um capricho, não um assunto sério de direitos iguais.

Para que suas vozes fossem ouvidas, as mulheres começaram movimentos e campanhas sufragistas. O assunto era sempre assunto nos jornais.

O movimento Sufragista

Vendo o crescimento da popularidade do movimento internacionalmente após o acidente de Epsom Derby, em 1913, quando a sufragista Emily Davison se jogou na frente de um cavalo, durante uma corrida, o governo propôs uma emenda em que mulheres com diplomas que não fossem casadas ou tivessem filhos, poderiam votar mas a ideia foi rejeitada.

O principal argumento dos que se opunham era o perigo que isso poderia acarretar.

Como no contexto mundial as mulheres também não tinham esse poder, não foi possível conseguir uma base sólida para o que poderia acontecer e ser colocado em prática.

As pioneiras na luta pelo voto

Mesmo excluídas, algumas vozes começaram a se levantar. Educadoras, jornalistas e ativistas começaram a questionar essa desigualdade.

Entre o final do século XIX e o início do XX, nomes como Nísia Floresta, Bertha Lutz e Leolinda Daltro se destacaram na defesa do direito das mulheres de participar da vida pública.

Essas mulheres abriram o caminho para que, décadas depois, a luta rendesse frutos. Somente em 1932, com o novo Código Eleitoral, as mulheres conquistaram oficialmente o direito ao voto no Brasil, um marco histórico liderado por Bertha Lutz e pelo movimento sufragista brasileiro.

Um passo tardio, mas transformador

Embora a República tenha prometido modernização e igualdade, o voto feminino mostrou que a verdadeira democracia só começou a se desenhar muito tempo depois.

A conquista das mulheres nas urnas foi mais que um direito político, foi um símbolo de emancipação e reconhecimento.

De silenciadas em 1889 a protagonistas da democracia moderna, as mulheres transformaram o que era exclusão em um ato de resistência e poder.

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