Outro dia, entre um chá e outro, me peguei pensando: o que faz alguém mudar o mundo? Talvez uma grande revolução? Um invento que salve milhões?
Bom, pro Quincy Jones o segredo tava nas notas musicais. E, com elas, ele mexeu com a alma de muita gente.
Inclusive, quem nunca viveu uma “cena de videoclipe” no ônibus, no trem ou no carro parado no trânsito? Colocamos os fones de ouvido, escolhemos aquela música que parece feita para nós e, de repente, o ambiente caótico ao redor se transforma.
O trânsito deixa de ser estressante, e até aquela fila do metrô vira o cenário de uma reflexão profunda sobre a vida, seja em um dia de sol com músicas animadas ou até aqueles de chuva com uma mais lenta e triste.
A música fala o que não conseguimos expressar, traduz nossos sentimentos mais confusos e, por alguns minutos, nos dá a sensação de estarmos em uma narrativa épica. Aquele refrão que diz exatamente o que estamos sentindo pode mudar o dia, nos fazer sorrir, suspirar e até sonhar acordado.
A música está em todos os lugares, no despertador, no rádio do carro, nos fones de ouvido no ônibus lotado. E, às vezes, tudo o que precisamos para mudar o rumo de um dia ruim é uma melodia conhecida tocando na playlist do acaso.
Quincy entendeu isso melhor que ninguém. Ele fez a música ir além do entretenimento. Ele a transformou em terapia, um conforto para os dias cinzentos e um trampolim para aqueles momentos que pedem celebração. Com cada compasso, ele cuidou da gente, meio que como um amigo invisível que nos entende.
Pensando bem, a música é uma das poucas coisas que a gente não tem que entender, só sentir. E Quincy Jones foi o grande alquimista dessa magia. Ele lembrou ao mundo que, mesmo sem voz, uma simples pessoa pode deixar um impacto duradouro – e que a música, por mais passageira que pareça, pode ser eterna.
Então, enquanto as canções dele ecoam por aí, talvez a maior homenagem que a gente possa fazer é se permitir sentir, rir, chorar e dançar ao som delas. Afinal, a música é um jeito de nos mantermos humanos – e nisso, Quincy foi um mestre.