Em 1967, quando o mundo acreditava que as mulheres não eram fisicamente capazes de correr uma maratona, Kathrine Switzer provou que coragem e determinação podiam romper qualquer barreira.
Ela se tornou a primeira mulher a participar oficialmente da Maratona de Boston, desafiando o machismo e inspirando gerações de atletas.
Quem foi Kathrine Switzer?
Kathrine Virginia Switzer, ou apenas Kathy, entrou para a história sendo a primeira mulher a participar da Maratona de Boston.
Durante várias décadas, apenas homens podiam participar de atividades e eventos como uma maratona. Para poder participar da corrida, quando foi preencher o formulário de inscrição, colocou apenas as iniciais de seu nome (K. V. Switzer) e por ser um nome neutro, todos acharam que era um homem.
O clima de frio e chuva foi um aliado pois todos estavam de agasalho e capuz, fazendo com que ela se camuflasse e ninguém a notasse.
Mas isso não durou muito tempo pois um carro com a imprensa e alguns organizadores do evento passou ao seu lado e logo perceberam que aquela pessoa não era um homem. No mesmo instante começaram a gritar e perseguir a mulher, que não se intimidou.
A corrida que entrou para a história
No dia da prova, fazia frio e chovia. A maioria dos corredores usava agasalhos e capuzes, o que ajudou Kathy a passar despercebida nos primeiros quilômetros.
Mas logo a imprensa e alguns organizadores perceberam que havia uma mulher entre os competidores.
Um dos diretores da prova, Jock Semple, furioso, tentou arrancar o número de peito de Kathrine e a expulsar da corrida diante das câmeras.
O episódio foi registrado em uma das fotos mais icônicas da história do esporte, mostrando o exato momento em que ela é atacada e protegida pelo namorado, Tom Miller, que empurrou o agressor para longe.
Mesmo abalada, Kathrine Switzer continuou correndo até o fim dos 42 km, provando que mulheres também tinham força e resistência para competir em igualdade com os homens.
O impacto de Kathrine Switzer no esporte feminino
Após o episódio, Kathrine se tornou uma símbolo da luta pela igualdade de gênero no esporte.
Apesar de ter completado a prova, as mulheres só foram oficialmente aceitas na Maratona de Boston em 1972, cinco anos depois de seu feito histórico.
Kathrine continuou competindo e defendendo os direitos das mulheres, criando programas e campanhas para incentivar a participação feminina nas corridas de rua e eventos esportivos.
O legado de uma pioneira
Hoje, Kathrine Switzer é lembrada não apenas como atleta, mas como uma verdadeira revolucionária do esporte.
Sua coragem abriu caminho para milhões de mulheres ao redor do mundo e transformou a maneira como a sociedade enxerga a presença feminina nas competições.
Ela provou que correr era mais do que um ato físico, era um ato de liberdade.
“Eu sabia que, se desistisse, ninguém acreditaria que uma mulher poderia fazer aquilo. Eu precisava terminar.” — Kathrine Switzer