Música

Michael Jackson e os Beatles: a verdadeira história por trás da compra das músicas

Michael Jackson e a compra dos Beatles

Em 1985, Michael Jackson não fez só um movimento ousado, ele redefiniu o que significava ser um artista e um empresário na indústria da música.

Ao comprar a ATV Music Publishing, empresa que detinha o catálogo dos Beatles, o Rei do Pop provou que entendia de arte, mas também de negócios.

Quem é Michael Jackson?

Nos anos 1980, Michael Jackson estava no auge. Após o sucesso de Thriller (1982), ele se tornou o artista mais famoso do planeta. Mas, nos bastidores, Michael estava atento a algo que poucos músicos da época valorizavam: os direitos autorais.

Durante esse período, Jackson trabalhou em parceria com Paul McCartney, um dos ex-integrantes dos Beatles.

Eles gravaram juntos canções como Say, Say, Say e The Girl Is Mine. Em uma conversa informal, McCartney comentou sobre como havia enriquecido ao comprar catálogos musicais de outros artistas. Ele explicou que o verdadeiro dinheiro da música estava em quem possuía as composições, não apenas quem as interpretava.

A compra do catálogo dos Beatles

Pouco tempo depois, o catálogo da ATV Music Publishing, que possuía cerca de 4.000 músicas (incluindo 251 dos Beatles, compostas por Lennon e McCartney), foi colocado à venda. O valor era altíssimo: cerca de 47,5 milhões de dólares, mas Michael não pensou duas vezes.

Ele sabia que estava diante de uma oportunidade única. Ao adquirir o catálogo, ele teria direito a royalties cada vez que músicas dos Beatles fossem tocadas em rádios, usadas em filmes, comerciais ou regravadas por outros artistas.

Para ele, era uma forma de garantir segurança financeira eterna, além de entrar para a história como o artista que transformou a música em um negócio bilionário.

A negociação e o impacto

As negociações duraram meses e envolveram advogados de ambos os lados. Muitos achavam que Michael estava louco por investir tanto dinheiro.

Mas ele via além do momento, via o futuro da música. Em agosto de 1985, o contrato foi assinado: Michael Jackson se tornou o dono da ATV Music Publishing.

E vale lembrar que Michael não comprou todas as músicas dos Beatles, apenas as compostas por Lennon e McCartney sob o selo da ATV, e esse catálogo incluía ainda obras de outros artistas, o que aumentava seu valor.

Paul McCartney já havia sido contatado antes da compra pelo próprio cantor, mas ao descobrir que o catálogo dos Beatles havia sido comprado pelo próprio amigo, ficou desapontado.

Embora Michael garantisse que era “apenas negócio”, a relação entre os dois nunca mais foi a mesma, mas anos mais tarde, Paul disse que havia certa inveja da conta bancária do amigo, e hoje fala com carinho da amizade entre os dois.

Criação da Sony/ATV

Em 1995, quando estava em meio à muitas polêmicas e sua relação com a Sony estava ruim, o principal foco das tensões era o poderoso executivo Tommy Mottola, então presidente da Sony Music.

Michael acreditava que a empresa estava tentando pressioná-lo financeiramente e desgastar sua imagem pública para forçar a venda de sua parte no catálogo musical.

No mesmo ano, Jackson vendeu 50% da ATV para a Sony, criando a Sony/ATV Music Publishing, por cerca de 95 milhões de dólares, o dobro do que havia investido.

A nova parceria se tornaria o maior conglomerado de direitos musicais do planeta, controlando músicas de artistas como Elvis Presley, Bob Dylan, e muitos outros.

Mesmo com crises financeiras mais tarde em sua vida, Michael manteve o controle sobre a sua parte da empresa até sua morte, em 2009.

Em 2016, a Sony comprou os 50% restantes por 750 milhões de dólares, encerrando oficialmente a ligação de Michael com o catálogo, mas consolidando sua visão empresarial como uma das mais inteligentes e lucrativas da música.

Até hoje muitos artistas precisam lutar pelo direito de suas músicas, como é o caso de Taylor Swift, Ke$ha e muitos outros.

Por que isso foi tão importante?

A compra do catálogo dos Beatles por Michael Jackson mudou o modo como artistas entendem o valor de suas obras. Até então, poucos músicos se preocupavam com os direitos editoriais, mas, depois desse episódio, o assunto se tornou central na indústria.

Estima-se que, hoje, o catálogo valha bilhões de dólares.

Décadas depois, empresas como a Sony, Universal e até fundos de investimento passaram a comprar catálogos de artistas por valores bilionários. Michael Jackson foi um dos primeiros a enxergar esse poder.

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