Era uma vez um ditador que achava que podia controlar tudo: a imprensa, a economia, as roupas e, claro, o futebol.
Mas, como qualquer torcedor sabe, o futebol tem suas próprias regras — e nenhuma delas está escrita no manual de um regime autoritário. Porque a verdade é uma só: nazistas não sabem bater pênalti.
Vamos aos fatos. Na década de 1930, Adolf Hitler tentou transformar a Copa do Mundo em um desfile de supremacia ariana.
O plano? Mostrar ao mundo que sua ideologia também reinava nos gramados.
O problema? O futebol, assim como a vida, tem um senso de humor afiado.
Na Copa de 1936, realizada em Berlim, a seleção alemã foi eliminada pela Noruega. Hitler, furioso, simplesmente se recusou a assistir ao fim do jogo. Tenho certeza que se fosse um torcedor brasileiro, teria xingado o técnico e pedido a demissão do goleiro no Twitter.
Enquanto isso, na Itália de Mussolini, o ditador tomou uma abordagem mais direta: garantir que seu time ganhasse de uma forma ou de outra. Dizem que, na Copa de 1934, o árbitro recebeu um “gentil incentivo” para favorecer o time italiano Azzurra, que acabou campeão, mas sejamos honestos, qualquer coisa que precise da ajuda de um ditador para vencer automaticamente perde um pouco da graça.
O futebol sempre encontrou um jeito de rir por último. No pós-guerra, times que haviam sido usados como ferramentas de propaganda rapidamente voltaram a ser apenas… times. As camisas perderam os símbolos políticos e voltaram a ser suadas por jogadores preocupados apenas com uma coisa: ganhar dentro de campo, não no palanque.
A lição é clara: regimes autoritários podem tentar moldar muitas coisas, mas nunca vão domar completamente um esporte que vive do imprevisível.
O futebol é democrático por natureza — a bola não pede passaporte, não pergunta sua ideologia, não se intimida com fardas ou discursos inflamados. O futebol pertence ao povo, e o povo sempre encontra uma forma de dar um chapéu na opressão.
Então, da próxima vez que alguém tentar te convencer de que pode controlar tudo, não se esqueça que até Hitler tomou gol da Noruega.