Nos Estados Unidos, poucos lugares carregam uma aura tão sombria quanto o Hotel Cecil, em Los Angeles.
Inaugurado em 1927, o prédio art déco foi criado para ser um refúgio luxuoso para viajantes, mas o que nasceu como símbolo de glamour logo se transformou em um dos cenários mais assustadores da história americana.
O auge e a queda do Hotel Cecil
Durante os anos 1920, o Cecil Hotel refletia a prosperidade de Los Angeles, uma cidade que crescia rapidamente. Porém, a Grande Depressão de 1929 mudou tudo.
A região central entrou em decadência, e o hotel passou a abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em meio à pobreza, surgiram histórias de suicídios, crimes e acidentes. Com o tempo, o prédio ganhou o apelido de “hotel da morte”.
O abrigo dos assassinos
Nos anos 1980, o Cecil se tornou lar temporário de Richard Ramirez, o serial killer conhecido como Night Stalker.
Ele aterrorizou a Califórnia com crimes brutais e, segundo registros, voltava ao hotel coberto de sangue sem chamar atenção dos moradores.
Anos depois, outro assassino, Jack Unterweger (da Áustria), também se hospedou lá. Enquanto era considerado um ex-criminoso reabilitado, ele cometeu uma série de assassinatos dentro e fora do hotel.
O Cecil parecia atrair tragédias.
American Horror Story e o Cecil
O legado do Hotel Cecil ultrapassou os limites da história policial e entrou de vez na cultura pop.
Sua atmosfera macabra inspirou obras de ficção e documentários, se tornando símbolo do medo urbano e da decadência americana.
A série American Horror Story: Hotel (2015) teve como base direta o hotel, desde o visual art déco até o conceito de hóspedes presos em um ciclo de morte e loucura.
O caso de Elisa Lam também ganhou destaque na Netflix, no documentário Crime Scene: The Vanishing at the Cecil Hotel (2021), que reacendeu o interesse mundial pelo mistério.
Além disso, o prédio é frequentemente citado em podcasts de true crime, vídeos do YouTube e até músicas de artistas que exploram temas sombrios.
O mistério de Elisa Lam
O caso mais famoso aconteceu em 2013. A estudante canadense Elisa Lam desapareceu durante sua estadia.
Dias depois, seu corpo foi encontrado dentro da caixa d’água do hotel, após hóspedes reclamarem da cor e do gosto da água.
Um vídeo de segurança mostrou Elisa agindo de forma estranha no elevador, apertando botões aleatoriamente, olhando para o corredor e se escondendo, como se alguém a perseguisse.
O vídeo viralizou e gerou inúmeras teorias: doenças mentais, experiências paranormais, conspiração policial. A verdade nunca foi totalmente esclarecida.
Tentativas de apagar o passado
Ao longo dos anos, o Cecil tentou mudar sua imagem. Recebeu novos nomes, Stay on Main, Cecil Apartments, passou por reformas e chegou até a declarar falência.
Mesmo assim, nenhuma mudança foi capaz de apagar sua reputação.
Em 2021, o prédio foi reaberto parcialmente como moradia social, mas o fascínio pelos mistérios permanece.
O terror urbano
O Hotel Cecil é mais do que um prédio amaldiçoado. Ele reflete o lado obscuro das grandes cidades: a desigualdade, a solidão e o abandono.
Suas histórias não envolvem fantasmas, mas pessoas reais e talvez por isso causem tanto medo. O terror ali não está no sobrenatural, e sim no humano.
