Cleópatra VII, a última rainha do Egito, morreu há mais de 2 mil anos, mas seu nome ainda desperta fascínio, mistério e polêmica.
Muito além da imagem sedutora criada por Hollywood, Cleópatra foi uma estrategista brilhante, uma líder política astuta e uma mulher que desafiou o poder de Roma.
A versão hollywoodiana de Cleópatra
A maioria das pessoas imagina Cleópatra como uma mulher de beleza hipnotizante. Isso se deve principalmente ao cinema, que transformou sua história em símbolo de sedução.
Mas, na realidade, o verdadeiro poder de Cleópatra estava em sua mente. Ela falava vários idiomas, dominava política, filosofia e diplomacia.
Moedas da época mostram um rosto com traços fortes e nariz proeminente, um retrato de autoridade, não de beleza. Ela controlava sua própria imagem para ser respeitada como líder, algo raro para mulheres de seu tempo.
O casamento de Cleópatra com seu irmão
Na dinastia ptolomaica, o casamento entre irmãos era comum para preservar a pureza do sangue real. Assim como seus pais, Cleópatra se casou com dois de seus irmãos, Ptolomeu XIII e Ptolomeu XIV, em momentos diferentes.
Esses casamentos não eram por amor, mas sim alianças políticas, uma forma de garantir o trono e manter o poder dentro da família.
A morte dos irmãos Ptolomeu
Desde o início de seu reinado, Cleópatra e seu irmão Ptolomeu XIII entraram em conflito pelo trono. A disputa resultou em uma guerra civil no Egito.
Com a ajuda de Júlio César, ela saiu vitoriosa, e o irmão acabou morrendo afogado no Nilo.
Mais tarde, o segundo irmão, Ptolomeu XIV, também morreria misteriosamente, possivelmente envenenado. Cleópatra sabia que para reinar, era preciso eliminar qualquer ameaça.
O relacionamento de Cleópatra com Júlio César
Do relacionamento com o imperador romano Júlio César, nasceu Ptolomeu XV, também conhecido como Cesarion. Ele foi reconhecido como filho legítimo e chegou a ser co-governante do Egito.
No entanto, após a morte de Cleópatra, o jovem foi capturado e executado por Otaviano, o futuro imperador Augusto, encerrando de vez a linhagem dos faraós.
Qual a religião daquele reinado?
Cleópatra acreditava ser uma deusa viva e agia como tal. Em suas aparições públicas, ela encenava entradas triunfais, repletas de luxo e simbolismo.
Uma das mais famosas foi sua chegada diante de Júlio César, quando surgiu vestida como Afrodite, acompanhada por servos caracterizados como cupidos.
A performance foi um sucesso político e pessoal: ela conquistou César e garantiu o apoio de Roma.
O clube da bebida com Marco Antônio
Com Marco Antônio, Cleópatra viveu um dos romances mais famosos da história. Juntos, tiveram três filhos e criaram o clube “Fígados Inimitáveis”, um grupo de elite dedicado a festas extravagantes, banquetes e jogos noturnos.
As reuniões eram repletas de luxo e vinho, simbolizando o poder e a riqueza da corte egípcia.
O filme mais caro da história
O clássico Cleópatra (1963), estrelado por Elizabeth Taylor, é até hoje um marco do cinema. O longa quase levou o estúdio 20th Century Fox à falência: começou com um orçamento de 4 milhões de dólares e terminou custando mais de 44 milhões, um recorde na época.
Além do custo, os bastidores foram marcados por escândalos, romances e atrasos nas gravações.
A morte misteriosa de Cleópatra
Após perder a batalha de Ácio para Otaviano, Cleópatra decidiu não ser capturada. Acredita-se que ela tenha tirado a própria vida, mas o método é cercado de mistério: alguns dizem que foi picada por uma cobra venenosa; outros acreditam que ela usou um veneno secreto que mantinha em seu palácio.
Sua morte marcou o fim do Egito independente e o início do domínio romano.